quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Aborto espontâneo.


Os abortos espontâneos são comuns?

A perda de um bebê nas primeiras 24 semanas de gestação é um fato mais comum do que se imagina. Embora seja difícil precisar, entre 15 e 20% das gestações de que se tem registro terminam em aborto espontâneo. Às vezes a mulher sofre um aborto sem nem saber que estava grávida. Estudos indicam que até 50% dos óvulos fertilizados sejam perdidos nos estágios mais iniciais da gravidez. Mais de 80 por cento dos abortos espontâneos ocorre antes das 13 primeiras semanas, o que não quer dizer que algumas mulheres não tenham ocorrências do tipo bem mais tarde. 

Como saber se corro algum risco?

Segundo pesquisas, as chances de um aborto espontâneo são maiores de acordo com:

• idade - mulheres mais velhas correm mais risco de ter bebês com anormalidades cromossômicas e, como consequência, abortamentos; ao passar de 40 anos, a probabilidade de um aborto espontâneo praticamente dobra em relação à faixa dos 20 anos.

• histórico de abortamentos anteriores (dois ou mais consecutivos) e de problemas congênitos ou genéticos em outros filhos ou na família

• problemas no útero ou no colo do útero

• presença de certas infecções - há estudos que indicam um risco ligeiramente maior de aborto se você tem listeriose, caxumba, rubéola, citomegalovírus, gonorréia, HIV, entre outras

• hábito de fumar, beber e consumir drogas - mulheres que fumam e bebem excessivamente e usam drogas como cocaína e ecstasy durante a gestação podem ter risco maior de aborto espontâneo; algumas pesquisas também mostram uma ligação entre o consumo de quatro ou mais xícaras de café por dia e o risco aumentado de aborto

• uso de certos medicamentos, incluindo anti inflamatórios não-esteróides

• diabetes, doença renal ou problemas de tireóide (embora o risco seja bem menor quando essas condições estão sendo monitoradas por você e pelo médico) 


O que provoca um aborto espontâneo?

Na maior parte dos abortos espontâneos de início de gravidez, é muito difícil especificar os motivos. É provável que ao menos metade dos casos ocorridos no primeiro trimestre de gravidez deva-se a anormalidades cromossômicas que impediram o desenvolvimento normal do feto. Abortos espontâneos após 20 semanas podem ser consequência de uma infecção ou de alterações no útero ou na placenta, ou ainda devidos à chamada incompetência cervical (o colo do útero não é forte o suficiente para se manter fechado até a hora em que o bebê está pronto para nascer).

Dois dos exames usados para detectar anormalidades em bebês - a amniocentese e a biópsia do vilo corial - também podem causar abortos espontâneos. A amniocentese em até 1% das mulheres, e a biópsia, em até entre 1 e 2%. 

Como saber se estou sofrendo um aborto espontâneo?

Os sinais mais claros são cólicas semelhantes às menstruais e sangramento forte, que pode incluir coágulos. Mas o aborto pode ocorrer sem que você nem perceba - muitas mulheres confundem um aborto espontâneo com um simples atraso na menstruação.

Em alguns casos, o aborto só é detectado durante uma consulta pré-natal, quando o médico não consegue ouvir o coração do bebê ou percebe que seu útero não cresceu tanto quanto deveria. Se houver suspeita de um aborto espontâneo, o obstetra pedirá uma ultra-sonografia para verificar o útero e possivelmente um exame de sangue também. 

Tive um sangramento leve e quero saber se é sinal de problema.

A diferença no caso de sangramento em um aborto espontâneo é realmente a quantidade de sangue, já que a presença de um pouco de sangue na calcinha ou no papel higiênico depois de urinar é comum no início da gravidez. Nem todo sangramento mais volumoso é sinal de aborto, mas, independentemente do volume de sangue, procure seu médico imediatamente. 

É possível diminuir riscos e evitar um aborto espontâneo?

Se você já teve um aborto espontâneo, o médico poderá sugerir algum tipo de repouso nos primeiros meses da gestação, embora não haja provas de que isso tenha algum impacto real.
No caso de você já saber que um aborto anterior foi causado por um problema no colo uterino chamado incompetência cervical, o médico poderá realizar uma sutura na região para mantê-la fechada até que o bebê esteja desenvolvido e pronto para nascer - um procedimento conhecido como cerclagem. 

O que devo fazer se souber que perdi o bebê mas ainda não houve um aborto espontâneo?

Discuta com seu médico a melhor forma de lidar com a situação, levando em conta seu estado físico e emocional. Se não houver risco à sua saúde, é possível que ele sugira deixar o abortamento acontecer naturalmente (isso ocorre para mais da metade das mulheres até 15 dias depois de descobrir a inviabilidade da gravidez). Nesse caso, ele pode receitar analgésicos para o caso de haver cólica forte. Vocês podem decidir também esperar algum tempo antes de partir para outro tipo de procedimento.

Em alguns casos, medicações podem acelerar o processo, embora haja o risco de efeitos colaterais como náusea, vômitos e diarréia. E mesmo com o uso de remédios sempre há a possibilidade de você ter que se submeter a um procedimento cirúrgico depois.

Esse procedimento se chama curetagem e será a primeira escolha do médico caso você esteja com forte sangramento ou sinais de infecção.

Fiquem atentas sempre a qualquer sangramento!
Bjs à todas,

Raquel  do  Valle

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