terça-feira, 31 de maio de 2011

Pais comprometem tratamento por não diferenciar asma e bronquite.

Com as temperaturas em queda, as crises de asma e de bronquite costumam castigar, principalmente, as crianças. Mas você sabe qual a diferença entre asma e bronquite? Um estudo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia constatou o que os médicos pediatras vivem na prática: como não sabem diferenciar os dois males, os pais acabam por subestimar as doenças, comprometer o tratamento e a saúde das crianças.
De acordo com a pediatra e alergista Fatima Rodrigues Fernandes, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, com componente genético e de fundo alérgico, a asma é uma doença crônica que exige tratamento preventivo e constante. Já a bronquite crônica, mais frequente em adultos, é uma inflamação causada por substâncias irritantes (cigarro, fumaça), enquanto a bronquite aguda é causada por vírus ou bactérias.
“A asma pode ser comparada a um inquilino de longa duração e a bronquite aguda é como uma visita inesperada. Ambas têm tratamento, mas precisam ser diferenciadas para serem devidamente controladas”, esclarece a pediatra.

Considerada uma das doenças mais comuns na infância, a asma é um pesadelo para os pais. Isso acontece, segundo a médica, porque o mal só chama a atenção em momentos de crise. “Assim como um quadro de diabete, a asma requer tratamento permanente e preventivo para se evitar as crises, que podem ocasionar graves consequências – e até levar à morte”, alerta.




Hoje, a asma é controlada com medicamentos, por via inalatória, que associam broncolodilatores e antiinflamatórios, além de cuidados com o ambiente para evitar os alérgenos (poeira, bichos de pelúcia, etc). Esses medicamentos, esclarece Fatima, são seguros. “Eles provocam menos efeitos colaterais, ao contrário das antigas drogas de uso oral, que podem ocasionar efeitos indesejáveis, como hipertensão, diabetes, aumento de peso e até inchaços”.

Já as bronquites agudas podem ser tratadas com medicamentos para alívio dos sintomas e antibióticos, por um tempo limitado, se forem causadas por bactérias. A bronquite crônica, por sua vez, é mais frequente em adultos fumantes ou expostos a substâncias irritativas. Seu controle depende de mudanças de hábito, como ficar longe do cigarro, por exemplo.

A confusão entre as duas doenças ainda ganha força porque ambas apresentam sintomas semelhantes: falta de ar, piora ao contato com determinados agentes externos, tosse seca, chiados e cansaço durante esforços. O que, porém, ajuda a diferenciar os dois problemas, é que a asma é mais comum no paciente pediátrico e geralmente tem caráter hereditário. Responsável por cerca de 400 mil internações hospitalares por ano, a asma afeta uma em cada cinco crianças e é hoje o terceiro maior gasto do SUS (Sistema Único de Saúde), um custo de R$ 111 milhões, segundo dados do Ministério da Saúde.

Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Carinho na medida certa.

Abraços, toques delicados, olhares cheios de afeto e atenção verdadeira. Esse é o segredo que vai fazer do bebê um adulto feliz e seguro. Descubra se sua receita de carinho está no ponto.

Carinho protege. A afirmação é de uma pesquisa que avaliou 482 moradores do estado de Rhode Island, nos Estados Unidos, na infância e, depois, aos 38 anos. O estudo, publicado em 2010 pela Duke University, concluiu que a construção de um vínculo afetivo forte com a mãe contribui não só para diminuir o stress da criança como para ajudá-la a desenvolver habilidades para lidar com as pressões da vida adulta. Os pesquisadores verificaram que as crianças cujas mães se mostraram mais afetuosas eram as que apresentavam os menores índices de ansiedade, hostilidade e perturbação geral.

Os resultados batem com os de pesquisas anteriores, que apontam a boa relação com a mãe como essencial ao equilíbrio emocional. “Um bebê que conta com uma mãe disponível, pronta para atender às suas necessidades, desenvolve uma relação de confiança com o mundo. Ele também enfrenta situações de desconforto, mas percebe a mãe como um contraponto, alguém que lhe traz alívio e segurança”, diz a psicanalista Ana Merzel Kernkraut, coordenadora do serviço de psicologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Quer dizer, mesmo que sinta fome, se frustre por não alcançar o brinquedo favorito ou seja tirado do banho no melhor da farra, seu filho terá condições de manter o equilíbrio porque conta com a tranquilidade transmitida por você e suas atitudes.

Vida com mais sabor
Crianças adoçadas com carinho também desenvolvem melhor suas habilidades, mostra o estudo americano. Apresentam uma característica que os psicólogos chamam de resiliência, a capacidade de passar por momentos críticos sem perder o rumo, aproveitando a dificuldade para o crescimento pessoal. E convenhamos: trata-se de um importante aprendizado para a idade adulta, quando as adversidades e os desafios tornam-se mais complexos. Mas não é preciso esperar tanto para provar dos efeitos do seu afeto. As crianças que se sentem amadas desde o berço também saem na frente no que diz respeito ao desenvolvimento motor e intelectual. “No nascimento, o sistema nervoso ainda não completou sua formação, e o carinho que o bebê recebe influencia de maneira direta o processo de conexão entre os neurônios. Quanto mais contato ele tiver com a mãe e quanto mais estímulos receber, mais conexões fará. Consequentemente, mais eficaz será a transmissão de dados entre um neurônio e outro, o que chamamos de sinapse”, explica a pediatra Ana Maria Escobar, do Instituto da Criança de São Paulo.

A cereja do bolo
Quer saber como garantir todos esses benefícios? Tudo depende da sintonia que você estabelece com as necessidades do bebê. “Já existem pesquisas indicando que o bebê é extremamente sensível às emoções maternas. Um recém-nascido amamentado por uma mãe deprimida, por exemplo, manifestará um olhar vago e tenderá a virar o rosto na direção oposta à dela. Já aquele que é amamentado por uma mãe feliz com a situação vai fixar o olhar no rosto dela e até estender a mãozinha para segurar-lhe o dedo. Há inúmeros outros gestos como esses, pelos quais os bebês se comunicam e demonstram sua capacidade de captar a condição afetiva da mãe”, afirma a psicanalista Magaly Miranda Marconato, professora de psicanálise da criança do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo.

Para identificar o que o filho está pedindo, é preciso observá-lo. “As mães atuais têm múltiplas funções, mas o dia precisa ser planejado de modo a sobrar tempo para os cuidados com a criança. Só a convivência permite conhecer e responder rapidamente aos seus anseios”, diz Magaly. E 15 minutos de bilu-bilu por dia não bastam para criar sintonia. Mesmo que seja para levantar mais cedo ou adiar parte do trabalho para depois que o filho adormecer, tem que pôr a mão na massa, em vez de delegar todos os cuidados.

À sua moda
O segredo é sair do piloto automático e falar com a criança, cantar para ela ou acariciá-la. “Se a mulher não é naturalmente carinhosa, deve pensar em maneiras de expressar o afeto”, sugere a psicanalista Rita Calegari, coordenadora psicossocial do Hospital São Camilo Pompeia, em São Paulo. Ideias? “Não basta trocar a fralda, é preciso estar com o pensamento voltado para aquela atividade e não para a próxima tarefa do dia. A dedicação permite observar o bebê e aproveitar as oportunidades de interação”, ensina Rita. 





Tempero equilibrado
Só tome cuidado para não confundir afeto e atenção com permissividade ou sua receita de carinho desanda. Estar sintonizada com o bebê não significa ficar à mercê dele. “O pequeno precisa experimentar certo nível de frustração, desde que se sinta amparado sempre”, explica Magaly. Em outras palavras, não há problema algum com a criança que chora porque foi impedida de levar um objeto à boca, se você for capaz de dizer “não” de modo firme e suave – se possível, oferecendo-lhe um brinquedo que possa ser mordido. “Mesmo no momento de ensinar o certo e o errado, a mãe deve proceder de maneira afetuosa, sem lançar mão de agressividade ou violência”, diz Magaly.

A habilidade de se mostrar acolhedora, sem superproteger a cria, evita também uma dependência exagerada. “Não é saudável, por exemplo, passar o dia carregando o bebê no colo. Por outro lado, se ele tem um desconforto e precisa de consolo, o colo da mãe é o melhor lugar do mundo”, ensina Ana. O mesmo vale para o choro. Há muito caiu por terra a recomendação de deixar a criança chorando no berço até cansar para não ficar mimada. Hoje, sabe-se que é preciso atendêla de imediato, tentando entender qual é a necessidade dela. Isso não significa ter de pegá-la no colo, mas marcar presença. “A mãe realmente sintonizada com o filho sabe quando é hora de parar, quando o excesso de cuidados deixa de ser saudável”, afirma Magaly.

Xi, desandou!
Depois de um dia exaustivo de trabalho ou depois de muitos minutos tentando consolar uma criança que chora de cólica, ninguém deve se sentir culpada por não se desdobrar em carinhos. “O lema é fazer o melhor que puder na maior parte do tempo. Aquele ideal de mãe perfeita não dá ao bebê algo de que ele vai precisar muito no futuro: a noção de realidade. Na prática, nem tudo sai sempre como nós queremos. Então, na relação entre mãe e filho, também tem de haver espaço para certa flexibilidade”, garante Magaly.

Bjs à todos,


Raquel  do  Valle

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Beleza: para ficar mais bonita na gravidez.

Instruções para aproveitar o viço que a natureza da gestação proporciona e se livrar de estrias, acne, inchaços, manchas na pele e outras alterações indesejadas, também típicas desse período.

A gravidez é um momento propício para ficar mais bela. Isso porque os níveis do hormônio feminino estrógeno aumentam muito durante a gestação. Carla Bortoloto, dermatologista clínica e cirúrgica do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele, explica que o estrógeno deixa a pele mais viçosa, o cabelo mais grosso e as unhas mais saudáveis.

Soa estranho associar o belo ao corpo das grávidas diante do ideal de beleza que exige medidas cada vez mais enxutas. Vale ressaltar, entretanto, que tudo tem seu tempo. A natureza feminina é cíclica. Com a gestação, você vai engordar, mas a amamentação contribui para seu emagrecimento.

Thais M. Medeiros Barrall, professora de ginástica para gestantes, acredita que viver o momento da gestação, sentindo a força dos hormônios femininos, melhora a autoestima. “No período da gravidez, o corpo todo se abre, durante 42 semanas, e a natureza precisa do mesmo tempo para fechar esse ciclo. É bom deixá-la agir antes de tomar decisões mais rápidas e práticas para recuperar a antiga aparência”, aconselha.

O estrógeno não traz só vantagens. Suas taxas nas alturas contribuem para a formação de estrias. “Elas ocorrem por diversos fatores, mas, fisiologicamente, 90% das ocorrências estão relacionadas ao ciclo feminino e à ação hormonal”, explica. Para evitar o efeito indesejado, a palavra-chave é hidratação – água, hidrante e protetor solar, para prevenir manchas na pele. As gestantes são mais propensas ao problema devido ao aumento da produção de melanina, a substância responsável pela pigmentação da pele, nesse período. Por isso, Carla recomenda FPS 30, no mínimo. Outro alerta importante: os cremes para grávidas não devem ter ureia na composição. A maioria dos hidratantes específicos já vem sem o ativo, mas não custa checar o rótulo.

A dupla circulação e respiração também dá uma mãozinha à boa aparência. Grávidas que se hidratam, ativam a circulação e respiram corretamente se sentem melhores e, consequentemente, mais belas. Há ainda outros segredos de beleza, válidos para qualquer futura mamãe. Veja abaixo outras dicas para se tornar uma grávida ainda mais bonita.

Peso e inchaço: você já sabe da importância de prevenir o peso excessivo, mas não custa repetir que alimentos ricos em açúcares, como doces e refrigerantes, são muito calóricos e pobres em vitaminas e minerais. Fast food e cafeína estão na lista de itens que devem ser evitados. A cafeína pode causar desidratação, insônia e irritabilidade.


Carnes cruas e malpassadas também devem ficar fora do cardápio e vale reduzir o consumo de sal. Não se esqueça das palavras-chave da beleza: hidratação, circulação e respiração. Não é por acaso que caminhada, alongamento, hidroginástica e natação são as atividades físicas mais recomendadas para as grávidas, já que trabalham, justamente, esses aspectos. Há ainda ioga e pilates. Na área estética, a drenagem linfática, realizada por fisioterapeuta, também contribui para reduzir o inchaço.

Thais M. Medeiros Barrall, professora de ginástica para gestantes, emprega exercícios circulatórios para prevenir edemas. “São atividades que funcionam como uma drenagem linfática, de dentro para fora, ativando a circulação e diminuindo o inchaço”, explica. Beber água mineral e comer pouco, diversas vezes por dia, continua sendo a dica de todos os especialistas para um peso saudável e menos inchaço.

Acne: a maioria das grávidas se afasta dos dermatologistas com receio de prejudicar o bebê, mas há tratamento de pele para casos da acne gravídica. O dermatologista Adilson Costa recomenda o peeling de cristal, uma técnica que causa uma microabrasão na pele, eliminando os cravos e evitando as acnes inflamatórias. A limpeza de pele, no entanto, pode evitar a necessidade do peeling de cristal e, segundo o dermatologista, deve ser feita a cada 60 dias. O uso de sabonete antiacne, sem ácido salicílico e enxofre, duas vezes ao dia, também é recomendado.

Cabelos: a natureza ajuda os cabelos durante a gestação. Nessa fase, eles nascem, crescem e morrem. Carla Bortoloto explica que, na gravidez, os cabelos tendem a ficar mais brilhantes e volumosos, justamente em função dos fios novos. “É a fase anágena, que deixa os fios dos cabelos mais cheios e íntegros”, explica o dermatologista Adilson Costa. Depois da gravidez, ensina o dermatologista, ocorre a fase telógena, em que há a queda dos cabelos. A boa notícia é que o pós-parto não dura a vida inteira. Quem tinge o cabelo não precisa mais ficar com os fios brancos expostos durante a gestação. Carla explica que as tinturas que continham metais pesados não estão mais disponíveis no mercado. “Todas as tinturas estão liberadas pela Anvisa”, informa a dermatologista. Já as escovas progressivas são proibidas.

Unhas: a gestação também favorece as unhas no início. Adilson Costa, no entanto, alerta para os casos em que elas se tornam frágeis devido à compressão dos vasos sanguíneos, o que diminui a irrigação na matriz. O resultado é a desnutrição. Duas recomendações importantes: uso do complexo B e de meias elásticas. “As meias controlam o peso e evitam o processo de desnutrição”, sugere Costa. Os esmaltes são liberados.

Corpo: a alimentação saudável é de praxe, mas a escolha da roupa certa e um segredinho de maquiagem podem fazer a diferença. Cores alegres, decotes império, lenços, chapéus e cintos valorizam o corpo da gestante. Vestido longo e calça legging são considerados curingas da gravidez. Outra dica é utilizar sombra ou blush marrom-claro, em toda extensão do maxilar, para afinar o rosto.

Dente: mesmo com a limpeza diária e o uso de enxugatório bucal e fio dental,é possível que a grávida tenha mau hálito. Uma das razões é o refluxo causado pela compressão do estômago pelo útero. O dentista Thiago Pereira, de São Paulo, explica que, além da higienização, é importante se alimentar com maior frequência, em pequenas porções, reduzindo o volume no estômago. O dentista avisa que o refluxo reduz o pH da boca e pode causar gengivite, o que também provoca a halitose.

Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

terça-feira, 24 de maio de 2011

Posso tomar chá na gravidez?

É preciso cuidado. Alguns podem ser prejudiciais para o bebê. Entenda por quê.

Com os dias mais frios, você não resiste a um chazinho? Mas, na gravidez, é preciso cuidado com tudo o que você consome. Até essa bebida simples pode, sim, ser um problema. Um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), publicado  pelo American Journal of Obstetrics and Gynecology, mostrou que a época em que as grávidas norte-americanas mais são adeptas de chás e remédios à base de ervas é no primeiro trimestre da gestação. O período mais crítico da gravidez, quando o bebê está em formação.


Alguns chás, inclusive, podem ser abortivos, caso dos de canela e de cravo-da-índia. Há aqueles que contêm grande quantidade de cafeína, como o preto e o mate. “A cafeína deve ser excluída durante toda a gestação. Ela é um estimulante do sistema nervoso central, o que pode deixar a mulher agitada, com taquicardia, trazendo aceleração dos batimentos cardíacos não somente para ela, mas também para o bebê”, afirma Antonio Júlio de Sales Barbosa, obstetra e ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP).

Segundo Regina Stikan, nutricionista do Hospital e Maternidade São Camilo (SP), a gestante deve optar pelos chás claros, mas não deve tomá-los todos os dias. "Os mais indicados são os de erva doce e erva cidreira, que têm efeito calmante", diz. Ainda assim, o obstetra alerta: “Por existirem poucos estudos sobre o efeito das plantas medicinais durante os nove meses, é preciso sempre conversar com o seu obstetra. Ele é quem vai avaliar a segurança de medicações e alimentos durante a gravidez”, afirma.

 Chás na berlinda

Chás Efeitos Pode/Não pode? 
Chá verde Acelera metabolismo e não tem um estudo definido Não pode
Chá branco Acelera o metabolismo Não pode
Chá preto Hiperacidez, redução do apetite e prisão de ventre Não pode
Chá de erva doce Calmante Pode
Chá de canela Relaxante Não pode
Chá de cravo-da-índia Relaxante Não pode
Chá de erva cidreira Calmante Pode
Chá mate Não realiza a adequada absorção de proteínas, ferro e cálcio Não pode
Chá de alfazema Tranquilizante Pode

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Técnica auxilia mulheres que querem amamentar.

Se, por algum motivo, você deixou de amamentar e quer voltar a dar o peito, conheça o método que torna esse desejo realidade.

Voltar a amamentar é possível? Conversamos com a enfermeira Grasielly Mariano, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno da Escola de Enfermagem da USP (NEPAL), e ela garante que sim, que tem como voltar a dar o peito. Conheça a relactação, técnica que tem ajudado muitas mulheres a produzir leite para os seus bebês – sejam eles biológicos ou não.

Relactação é um termo desconhecido para a maioria das mulheres. O que significa?
Relactar é um termo utilizado para mulheres que já amamentaram em algum momento da vida e querem voltar a produzir leite para alimentar um bebê, seja ele biológico ou não.
A relactação é muito comum em algumas comunidades africanas, onde as mulheres se disponibilizam a amamentar bebês e crianças órfãs. Por vezes, o leite materno é a única fonte de alimento para essas crianças.

Qual a diferença entre relactação e lactação induzida?
A relactação é praticada por uma mulher que já amamentou. A lactação induzida é um termo utilizado para estimular a produção de leite em mulheres que nunca amamentaram, como em casos de adoção.
Definitivamente, é possível uma mulher amamentar um bebê adotivo, embora seja preciso muita motivação e orientação de um profissional especializado. A técnica é a mesma, tanto na relactação quanto na lactação induzida, mas, nessa última, pode ser necessário o auxílio de galactogogos, medicações e ervas capazes de estimular a fabricação do hormônio prolactina--que induz a produção de leite-- na glândula hipófise.
Um bom planejamento para as estimulações das mamas também é fundamental, nessa situação.

Em que casos a relactação é aconselhada?
As indicações são muitas. Veja algumas delas:
- Mulheres que não puderam amamentar seus bebês, logo após o nascimento, por internação materna ou do bebê.
- Bebês com alergias alimentares, como ao leite de vaca, após o desmame.
- Bebês relutantes a sugar a mama da mãe.
- Mulheres que apresentam alguns casos de hipogalactia, que é a diminuição da produção de leite materno.
- Diante das dificuldades iniciais da amamentação, algumas mamães deixam de oferecer o peito, por falta de orientação profissional, desmotivação ou influência de terceiros, mas podem ser beneficiadas com a relactação.
- Há mães que simplesmente não produzem colostro por dias, após o nascimento do bebê. Aí, é necessário complementar a alimentação com fórmula infantil que, nesse caso, pode ser oferecida de maneira que estimule a criança a sugar, também, as mamas, induzindo a relactação.

É possível que uma mulher que parou de amamentar volte a produzir leite?
Sim, totalmente possível. A estimulação das mamas, manual, elétrica ou por meio da sucção do bebê, favorece a produção de leite, entre 15 e 45 dias após o início da intervenção.

Como funciona a relactação?
Uma sonda do tipo nasogástrica nº4 ou uma de aspiração – facilmente encontradas em casas de materiais cirúrgicos--tem suas pontas cortadas e aparadas. Uma das extremidades é fixada, com fita hipoalergênica, ao mamilo da mulher e a outra é mergulhada em um recipiente com leite humano, que pode ser obtido em um banco de leite.
Ao sugar, o bebê recebe o alimento através da sonda, ao mesmo tempo que estimula a mama. A sucção induz a hipófise, glândula localizada no cérebro, a comandar a produção dos hormônios prolactina (responsável pela produção de leite) e ocitocina (responsável pela ejeção). O interessante é que o bebê não desiste de sugar porque tem o leite como motivação, para saciar suas necessidades, ainda que não seja, integralmente, proveniente de sua mãe.
À medida que a produção materna aumenta, menos complemento é oferecido, através da sonda. O processo todo dura de 15 a 45 dias e depende de uma série de fatores como a idade do bebê, o intervalo entre o desmame ou parto e o momento da relactação, a rede de apoio com que a mulher conta, o acompanhamento profissional, a correta estimulação das mamas - que deve acontecer, impreterivelmente, a cada duas horas, totalizando 12 vezes em 24 horas - e, principalmente, a motivação da mãe, já que esse é um processo que demanda tempo e energia não só dela como de toda a família. É preciso, também, que os parentes ajudem a mulher, com os afazeres domésticos, para que ela esteja disponível para relactar.

A relactação é possível em bebês de qualquer idade?
Sim. Um estudo científico australiano mostra que mães de bebês com mais de 12 meses relactaram. É preciso ressaltar que uma das principais dificuldades do processo é fazer com que o bebê aceite a mama da mãe. Quanto mais velho ele for, mais difícil fica. Quanto mais novo, mais fácil será.

Para garantir o sucesso da relactação, é preciso fazer uso de medicamentos?
Não, necessariamente. Realizei uma pesquisa científica para conhecer o número de mulheres que necessitaram de auxílio de estimulantes (chamados de galactogogos), durante o processo de relactação.
Os estudos selecionados relataram os métodos utilizados para estimular a produção de leite humano, além de outros aspectos, como: idade da criança, intervalo entre o parto ou o desmame e a relactação, necessidade de galactogogos.
Dentre nove artigos avaliados, com um total de 1119 mulheres participantes, quatro fizeram uso do medicamento. A maioria das mulheres não necessitou dele para relactar, mesmo as mães de crianças mais velhas e com maior intervalo entre o desmame e a re-amamentação.
Esse estudo será apresentado, na íntegra, no Congresso Internacional da Escola de Enfermagem de Coimbra, em Portugal, no mês de setembro de 2011.

Quando a relactação é inviável?
Quando o bebê se recusa a mamar, quando a mãe tem uma deficiência orgânica importante como, por exemplo, cirurgia que implique em grande retirada de tecido mamário, e quando a motivação não é suficiente para enfrentar as dificuldades do processo. Os outros fatores que interferem no sucesso da relactação podem ter seus impactos minimizados, se a mamãe realmente deseja amamentar.

Qual o conselho para as mulheres que querem voltar a amamentar?
Que sigam seus corações. A amamentação tem um significado único para cada mulher e, se você deseja voltar a produzir leite para o seu bebê – mesmo que não seja biológico -, motive-se e procure ajuda para iniciar o procedimento. Amamentar, assim, é possível e já acompanhei muitas histórias de sucesso. Cerca de 88% das mulheres que tentam conseguem produzir leite para amamentar, exclusivamente, um bebê.
O leite materno é um alimento completo e tem mais de 200 componentes impossíveis de se copiar industrialmente, e que trabalham para proteger a saúde de seu bebê.
Por experiência, posso dizer que é emocionante acompanhar mulheres que desejam amamentar e iniciam o processo de relactação. É emocionante ver a primeira gota de leite sair. É emocionante ver a alegria da mãe quando retiramos a sonda e deixamos o bebê mamar naturalmente, quando já há uma boa produção de leite materno. Essa é uma das mágicas do corpo humano.
Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ajuda muito importante para uma creche!

Boa noite amigos,

Gostaria de pedir a quem puder para ajudar
o Centro Comunitário Nossa Senhora da Conceição Aparecida no Cachambi
com material de limpeza, mantimento e higiene pessoal. A creche está
dependendo de ajuda para se manter aberta. É uma creche que funciona de
7hs às 17hs e ajuda muito a comunidade pois é integral e é por isso que estou pedindo a vocês. É uma creche séria, de confiança e quem quiser e puder ajudar pode entregar a mim ou se quiser conhecer a creche, segue o endereço e o telefone para
contato.

Centro Comunitário Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Rua Aristides Caire, 349 - Cachambi
E-mail: crechensa@ig.com.br  Tel: 2201-6994

Obrigada à todos!


Obs: Gostaria de pedir a quem puder para divulgar este recado em seus blogs, para tentarmos mais ajuda!

Bjs,

Raquel  do  Valle
 

Medo na gravidez.

Passa de tudo pela cabeça de uma gestante: do medo de morrer ou de o bebê não ser normal à incerteza de dar conta do recado no papel de mãe. Conheça as causas e os antídotos contra esses temores.

1. Da dor
O fantasma da dor do parto ainda assombra muitas mulheres. É compreensível. As histórias de mães e avós descrevem em detalhes as aflições de dar à luz e fazem parte de uma tradição que valoriza o sofrimento: nenhuma mulher gerará um filho sem dor, profetiza a Bíblia. A realidade atual, no entanto, desmente as profecias. Wladimir Taborda, médico ginecologista e obstetra, coordenador da maternidade do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, explica: "Assim que a gestante chega à maternidade e começa o trabalho de parto, ela já recebe assistência e apoio. Desde as contrações iniciais, pode contar com medicamentos analgésicos ou relaxantes. E, finalmente, ao atingir cerca de 6 centímetros de dilatação, é anestesiada e não sente mais dor alguma".

2. De que o parto seja difícil
Mulheres que se preparam cuidadosamente para um parto natural tremem com a possibilidade de que imprevistos as levem a uma cesárea ou a um parto com fórceps. De fato, mesmo que a gravidez tenha evoluído sem contratempos, há situações em que a vida do bebê, da mãe ou de ambos exige uma intervenção maior dos médicos. São casos como sofrimento fetal, mau posicionamento do bebê no canal do parto, problemas de placenta etc. "O importante é confiar no obstetra que você escolheu. É ele quem vai julgar se o parto totalmente natural é ou não viável", acalma Wladimir Taborda. Ele lembra ainda que o fórceps mudou, e só é empregado para ajudar o bebê na manobra final, quando a cabecinha já está à vista. Além disso, mais recentemente, alguns médicos têm optado pelo uso de um instrumento conhecido como vácuo extrator, que auxilia no desprendimento da cabeça do bebê, sem risco de lesão para a mãe e seu filhote. Quanto à cesárea, também não há o que temer: ela é considerada, hoje, uma cirurgia segura.

3. De não reconhecer os sinais do parto
Uma dúvida mais do que natural para quem vive a primeira gravidez. Márcia Prasinos, ginecologista e obstetra, orienta: "Aproveite o pré-natal para se informar ao máximo e relaxe. Os sinais mais comuns - contrações, endurecimento da barriga, rompimento da bolsa ou um pequeno sangramento - jamais passam despercebidos por qualquer grávida". Wladimir Taborda sugere ainda o curso de gestantes, oferecido hoje em dia por muitos hospitais, para que a futura mãe tenha um contato mais próximo com enfermeiras obstetras e chegue ao parto mais tranquila. Na dúvida, você sempre pode ligar para o médico ou dirigir-se ao hospital para ser examinada.

4. De aborto. Claro, dá medo, sim
Mas, numa gravidez normal, o melhor que se tem a fazer é ficar atenta e confiar nas sábias reações do corpo. Os maiores riscos de aborto se concentram nas 12 primeiras semanas da gestação, quando a expulsão do feto ocorre, principalmente, por causa de malformações genéticas graves, muitas vezes incompatíveis com a vida. Passada essa fase crítica, não há por que se preocupar, a menos que a grávida já tenha histórico de três ou mais abortos espontâneos. Eles podem indicar outros problemas, como doenças imunológicas (quando a grávida produz anticorpos que atacam o bebê) ou insuficiência istmocervical - o útero não consegue "segurar" o bebê -, geralmente tratada com repouso e uma pequena sutura no colo uterino, a cerclagem.

5. Da anestesia
Esse temor está ligado a antigas histórias de um tempo em que a anestesia raquidiana era a única usada nos partos, injetada com uma agulha muito grossa. Isso facilitava o vazamento do líquido que banha o sistema nervoso, provocando fortes dores de cabeça. Hoje, a raquidiana é utilizada, quando necessário, apenas nos últimos momentos do parto normal, durante a expulsão do bebê. Os médicos dão preferência à peridural, um tipo de anestesia que não perfura a membrana que envolve a medula, como ocorre com a ráqui, e não oferece riscos ou sequelas. Medo de choque anafilático? Não se preocupe. Márcia e Wladimir garantem: além de ser muito raro, haverá tempo suficiente para reverter o quadro. Na hora do parto, lembram os médicos, a gestante está num ambiente hospitalar, e o anestesista tem à mão todos os recursos necessários para contornar qualquer emergência.

6. De não gostar do filho
Embora toda mulher sinta-se na obrigação de chorar de felicidade ao ver o filho pela primeira vez, a verdade é que não se sentir atraída de cara pelo bebê é mais comum do que se imagina. A terapeuta familiar e escritora Lídia Aratangy lamenta que a maior parte das gestantes não se atreva a confessar esse medo nem a si mesma. "Ele parece contrariar todos os cânticos sobre a mulher e a maternidade. Mas o temor existe, sim, no repertório de todas as futuras mamães - e o amor também vai existir. Acho até que as que pensam nesse medo e se assustam com ele têm mais chance de se deixar conquistar pelo filho do que as que esperam receber da vida nada menos do que um Bebê Johnson. A natureza cuidou bem disso: o filhote humano se faz amar menos pela estética e mais pela expressão de desamparo com que todos nascem, que mobiliza imediatamente o desejo de protegê-lo. Por enquanto, basta isso. Depois essa vontade de proteger se fará ternura e daí por diante o bebê se encarregará de seduzir essa mulher. Deixe por conta dele, você não precisa fazer nada, só estar por perto", aconselha a terapeuta.

7. De que o bebê seja trocado na maternidade
As maternidades têm se cercado cada vez mais de precauções para evitar esse erro. Na maioria, logo após o nascimento e na presença dos pais, o bebê recebe dupla identificação (com uma pulseirinha em cada braço). Alguns hospitais reforçam a segurança com um código de barras na própria pulseira e outros adotam sistemas eletrônicos para monitorar toda a movimentação do bebê no berçário ou no quarto. Além disso, a impressão de pezinho costuma ficar ao lado da digital da mãe e, em ultimíssimo caso, se houver dúvidas, existe o exame de DNA, que é absolutamente preciso para identificar os pais.

8. De má assistência médica
Não chegar ao hospital a tempo e ter de enfrentar o atraso - ou ausência - do obstetra são inquietações comuns, mas não há com o que se preocupar. "Avisando o médico logo no início das contrações, todos terão tempo de sobra para chegar à maternidade. A primeira fase do trabalho de parto, que é a das contrações, pode levar algumas horas, principalmente sendo o primeiro filho", tranquiliza Márcia Prasinos.

9. De estar sozinha na hora H
Entrar em trabalho de parto sem alguém por perto pode também arrepiar os cabelos das futuras mães. Sugestão da obstetra Márcia: "Mantenha sempre à vista os telefones do médico, da maternidade, de parentes ou amigos, de pontos e companhias de táxi, de um serviço de ambulância e - por que não? - dos bombeiros (paramédicos). Afinal, numa emergência, vale tudo.

10. De ficar com a vagina larga
A vagina possui músculos que lhe dão elasticidade suficiente para contrair e relaxar. Durante o parto, a episiotomia - um corte no períneo - é um recurso usado para aumentar a abertura vaginal e prevenir rompimentos ou lacerações mais graves. Wladimir Taborda explica que, às vezes, depois de dois ou três partos, é possível que a vagina fique um pouco mais alargada. Nesse caso, a saída pode ser fisioterapia ou uma cirurgia corretiva, a perineoplastia.

11. De dar vexame
A possibilidade de evacuar, fazer xixi ou soltar gases na hora do parto incomoda profundamente algumas mulheres. Esses são eventos bastante comuns e até esperados pela equipe médica, tranquilizam os obstetras Wladimir e Márcia. Além disso, não há o que temer: fezes ou urina não contaminam o bebê, já que a equipe médica e de enfermagem se incumbe de limpar tudo rapidamente.

12. De não ser boa mãe
Não existe fórmula de "boa mãe". Quando uma mulher exprime esse medo, provavelmente está ligado às suas fantasias infantis e ao desejo de querer ser uma mãe melhor do que a que teve para o bebê não passar pelas frustrações que ela enfrentou. Ou o inverso: tem uma imagem idealizada da própria mãe e teme não ser capaz de cuidar do filho tão bem quanto ela. Acalme-se: "O bebê tem a maior tolerância para com a inexperiência e o desajeitamento das mães", afirma a terapeuta Lídia Aratangy. "Fora os casos patológicos de depressões pós-parto, a média de erros e acertos das mães em geral não deve variar muito de geração para geração. Sempre houve erros e sempre houve acertos, e a uns e outros os bebês resistem bravamente. Seja a mãe que você pode ser e assim terá a chance de melhorar a cada dia."

13. De morrer
O medo da morte costuma refletir fantasias naturais de quem enfrenta a tarefa de gerar uma nova vida. Carmita Abdo, médica, terapeuta e professora da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, acredita que a mulher consciente da responsabilidade de dar à luz uma nova vida passa por momentos de insegurança: "Ela sabe que tem de estar viva para dar conta do filho e de toda a sua cria, se ela tiver outros". Mãe não se ausenta, não fica doente e não pode morrer. Esse é o desejo de todas as mulheres que vivem a maternidade. A gestante que fez um bom pré-natal e programou um parto assistido, num hospital adequadamente equipado, não tem razão para temer desdobramentos graves na hora do nascimento do bebê.

14. De malformação do feto
Um medo justificável em algumas situações, como antecedentes de problemas na família ou em outras gestações e usuárias de determinados medicamentos. Para se tranquilizar, pondere com o médico os riscos e as vantagens de alguns exames de medicina fetal. Thomas Gollop, professor da Faculdade de Medicina da USP, ginecologista e obstetra especializado em medicina fetal e genética, explica que o chamado teste triplo, que é um exame de sangue comum, e o ultra-som com translucência nucal dão indícios de síndromes genéticas logo no início da gravidez. Outros, de resultados mais exatos, envolvem risco de aborto e só se justificam quando há fortes suspeitas de malformação. O mais conhecido é a amniocentese, mas há também a biópsia de placenta para análise de vilocorial e cordocentese. Realizados em diferentes fases da gestação, analisam o material genético do feto e são considerados invasivos, pois coletam amostras, respectivamente, do líquido amniótico, da placenta ou do cordão umbilical. Além disso, quase todos os médicos pedem o ultra-som morfológico fetal em torno do quarto mês para avaliar o bebê em detalhes. Não tem contra-indicações para o feto nem para a mãe e representa um grande avanço para o diagnóstico de malformações congênitas.
Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Leite na gravidez.

O obstetra recomendou 1 litro por dia, mas você só consegue tomar 1 xícara. Seu bebê não vai ser menos saudável por isso. Há outros caminhos para garantir o cálcio necessário para o seu desenvolvimento.

Não é só nos laticínios que você encontra o cálcio de que precisa para suprir suas necessidades e as do bebê. Sardinha em lata, couve, brócolis, feijão e gergelim são alternativas para quem não pode (ou detesta) leite, queijos, coalhada e outros derivados. E você tem vários motivos para incluir esses alimentos na dieta. Um deles vem de uma pesquisa mundial promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o estudo, o nutriente reduz as complicações ligadas à pré-eclampsia – doen ça que atinge 5% das gestantes e pode levar ao parto prematuro e à morte da mãe e do bebê. “Por isso, os polivitamínicos usados na gestação contêm cálcio, e as hipertensas recebem suplementação extra”, explica o ginecologista e obstetra Eduardo Souza, do Hospital São Luiz, em São Paulo. Essa medida preventiva ajuda a minimizar o prejuízo, já que muitas mulheres consomem quantidades baixíssimas do mineral. “Pouco cálcio é um problema em qualquer idade ou condição, mas, para as grávidas, as consequências podem ser graves”, afirma a nutricionista Carolina Bortoletto, especialista em nutrição materno-infantil, de Belo Horizonte. Se você faz parte desse time, veja agora como vai ser fácil incrementar o prato com esse nutriente e garantir uma gestação 100% saudável para você e seu filho.

Múltiplos papéis
Não é exagero dizer que, se a gravidez fosse uma orquestra, o cálcio seria forte candidato a regente. Isso porque ele tanto regula processos do organismo materno diretamente envolvidos na gestação (como a coagulação sanguínea e o fluxo de nutrientes para o bebê) quanto influencia a formação do feto. A nutricionista Giovana Lombo-Silva, professora de nutrologia da Universidade Federal de São Paulo, alerta: se as reservas estiverem baixas, até a amamentação será afetada, já que o mineral é o principal componente do leite materno. Você já imagina que irá passar os próximos nove meses com uma dieta à base de leite e sardinha para dar conta de todas essas necessidades? Relaxe. Na verdade, você não precisa ingerir mais cálcio do que o normalmente recomendado para qualquer mulher adulta (veja a tabela), pois a natureza dá uma ajuda nessa fase. “Alguns hormônios da gravidez aumentam a capacidade do organismo de absorver o mineral. A preocupação é não deixar as reservas baixarem para que os estoques não sejam desfalcados com as transferências feitas ao bebê”, explica a nutricionista Lara Natacci, coordenadora da Nutrivitta Assessoria Nutricional, em São Paulo, e autora do livro Dietbook Gestante – Tudo o Que Você Deve Saber sobre Alimentação na Gestação, na Lactação e para Bebês (Mandarim).



Tira e (não) põe
Os especialistas não sabem ao certo quanto cálcio o feto absorve ao longo da gestação. Mas o mineral, além de entrar na formação dos ossos, dentes e músculos do bebê, regula funções como os batimentos cardíacos do pequeno. Se faltar (o que é raro, já que a criança tira das reservas da mãe aquilo de que necessita), as consequências podem ser malformações e raquitismo. Exceto em situações extremas, a mãe sempre cobre o déficit às custas daquilo que seu esqueleto armazenou nos primeiros 20 anos de vida. Quanto à crença de que o bebê retira cálcio dos dentes da mãe, esqueça. “Isso é mito. Os problemas dentários na gravidez estão ligados a inflamações das gengivas, resultado de alterações hormonais e higiene deficiente”, garante a dentista Silvia Chedid, de São Paulo, consultora da Associação Brasileira de Odontologia. Resumo: a conta sobra mesmo para os ossos, que precisam da reposição diária do mineral para se manterem fortes.

Do bem, do mal
Não são apenas os alimentos que você põe no prato que irão interferir nesse equilíbrio. “Stress, falta de exercícios e baixos níveis de vitamina D são fatores que prejudicam a absorção do cálcio. Por isso, além de investir na qualidade de vida, a gestante deve tomar um pouco de sol diariamente para estimular a produção natural de vitamina D pelo organismo”, afirma Lara. Cuidado também com as combinações feitas. “Não se deve, por exemplo, incluir laticínios e carne na mesma refeição”, ensina Giovana. É que o ferro presente nas carnes prejudica a assimilação do cálcio. O ácido oxálico é outra substância que interfere negativamente na absorção. Abundante nas folhas de espinafre, acelga e beterraba, ele reage com o cálcio, formando um composto impossível de ser digerido. Para diminuir o risco de combinações infelizes, o gastroenterologista Dan Waitzberg, diretor da Ganep Nutrição Humana, em São Paulo, aconselha distribuir pequenas porções de laticínios ao longo do dia. “Na gestação, é preciso comer de três em três horas, e queijos e iogurtes rendem bons lanches. De preferência, em versões desnatadas, que contêm menos gordura”, diz ele. Se preferir os similares de soja, leia o rótulo e compre apenas os que tenham cálcio adicionado.

Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Como escolher seu obstetra.

Mais que um médico, ele se torna um companheiro para todas as horas durante a gestação. O obstetra não só monitora e trata a gestante como também orienta e esclarece dúvidas. Confira nossas sugestões para escolher esse profissional tão essencial nessa fase.

1. Nem todo ginecologista é obstetra
Seu ginecologista pode se tornar também seu obstetra. Mas isso não é regra. Primeiro porque nem todo ginecologista é obstetra. Segundo porque os cuidados são diferentes. Como gestante, suas exigências mudam e o que era bom pode se tornar insuficiente. Você vê o ginecologista de vez em quando, já o obstetra tem de estar bem mais presente durante a gestação.

2. Siga boas indicações
Amigas, irmãs ou primas que já tiveram filho são as melhores fontes para indicar um especialista. A principal vantagem de buscar referência de pessoas próximas é que, normalmente, todos têm uma cabeça parecida.

3. Busque o máximo de referências
Conhecer a qualificação de seu futuro médico pode ser uma garantia a mais de que estará em boas mãos. Saiba se fez residência médica e descubra se possui título de especialista fornecido pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Busque informações também sobre sua formação acadêmica e seu vínculo com hospitais e universidades.

4. Estou à vontade com ele?
Você precisará se convencer de que seu obstetra é o profissional certo para acompanhar sua gravidez. Por isso, a confiança e a empatia são pré-requisitos básicos na definição do médico. É fundamental que você se sinta acolhida e segura com ele – e não implique com o corte de cabelo ou o quadro na parede do consultório.

5. Homem ou mulher?
Tanto faz. Nem se preocupe com isso. O importante é que você se sinta bem.


6. Conheça toda a equipe
O obstetra tem um time que acompanha suas pacientes até a sala de parto. Peça para conhecer todos os integrantes para saber quem vai estar ao seu lado no dia do nascimento do bebê. Outra boa medida é definir e visitar o hospital onde será o parto. Aliás, veja previamente com o obstetra se é possível ter o filho em um centro médico de sua escolha.

7. Ele tem um substituto?
Nem sempre o obstetra pode atender a uma gestante prontamente. Nessa hora, um substituto de confiança é imprescindível. Além de conhecê-lo, é preciso avaliar se também há empatia e confiança. Afinal, existe a possibilidade de ele fazer seu parto diante de um imprevisto.

8. Atendimento 24 horas
Intercorrências fazem parte da rotina de uma gestante. Por isso, o canal entre você e seu obstetra deve estar permanentemente aberto. Confirme se ele, de fato, estará disponível para atendê-la a qualquer hora. Ele deve deixar todos os seus números de telefone. Veja também o tempo de atendimento de cada consulta. Não dá para ser uma conversinha de 20 minutos. São muitas dúvidas!

9. Converse com pacientes e secretárias
Aproveite a sala de espera para obter mais informações sobre seu obstetra. Ali você vai saber, por exemplo, as preferências do médico em relação ao parto. Se você quer ter um filho por parto normal e percebe que a maioria ali fez cesariana, pode estar no lugar errado.

10. Concordamos em tudo?
Tem gestante que quer fazer parto na água e receber todos os acompanhamentos alternativos possíveis. Outras preferem um hospital bem equipado e um parto com hora marcada e sem dor. Veja que tipo de grávida você é e certifique-se de que seu obstetra compartilhe de suas expectativas em relação ao pré-natal e ao parto.

11. Abra o jogo sempre
Se surgirem dúvidas em relação aos procedimentos do seu obstetra, converse com ele a respeito. Não deixe perguntas sem respostas. Muitas vezes, você pode ficar com uma impressão errada de algo e desistir do médico por causa de um mal-entendido.

12. Troque de médico se achar que é o caso
Agora, se realmente ocorrer uma quebra de confiança, seja lá qual for o motivo, o melhor a fazer é procurar outro profissional. Você precisa estar segura em relação ao médico que fará seu parto.

13. Devo pedir uma segunda opinião?
Ao escolher um pediatra, você terá de acreditar nele. Ficar checando se cada orientação está ou não correta significa que você não confia nele. Esse é um péssimo sinal. Conversem sobre isso.

14. Uso ou não o convênio?
Existem médicos capazes de atender bem às suas necessidades dentro e fora do plano de saúde. No caso do convênio, vale a pena apenas avaliar se a lotação do consultório não pode atrapalhar seu atendimento. Ou, então, se o volume de pacientes não leva o obstetra a fazer mais cesarianas do que partos normais para acomodar tantos procedimentos na agenda. Além disso, é preciso certificar-se de que está tudo certo em relação ao contrato. Ou seja, se o convênio vai cobrir o parto do seu filho.

Bjs à todas,

Raquel  do  Valle

terça-feira, 17 de maio de 2011

Coma bem para manter o peso na gravidez.

A nutricionista Vanderlí Marchiori preparou um cardápio exclusivo para um mês. Você vai ver que é possível ganhar só o que precisa, sem passar fome, comendo com prazer e ainda garantindo toda a saúde do mundo para você e seu bebê.


Comer por dois é um ditado que deve ser abolido da sua cabeça ao engravidar. É importante comer, sim, mas os alimentos certos, equilibrando proteínas (carnes, queijo, leite, ovos ou soja), carboidratos (massas, pães e cereais integrais), gorduras (azeite e óleos) e fibras (frutas, legumes e verduras). Fora isso, fracionar as refeições é fundamental. "A grávida costuma ficar com o sistema digestivo mais lento. Por isso, deve se alimentar de seis a oito vezes por dia, em doses pequenas", diz o nutrólogo Durval Ribas, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Quantos quilos você pode ganhar?Isso vai depender do seu peso anterior à gestação. "Utilize a tabela do índice de massa corporal (IMC) antes de engravidar ou logo que souber da gravidez", aconselha o obstetra Fábio Biaggioni Lopes, da maternidade Pró-Matre Paulista, de São Paulo.

CÁLCULO DO IMC
Para calcular o IMC, basta dividir o peso pela altura ao quadrado.
Se o resultado for menor que 19,8, você está abaixo do peso.
Entre 19,9 e 26, o peso é normal.
De 26,1 a 29, existe sobrepeso.
Acima de 29 já se fala em obesidade.

Gestante abaixo do peso
É aconselhável ganhar de 12,5 a 18 quilos durante a gravidez.
Gestante com peso normal
Pode engordar de 11,5 a 16 quilos ao longo de toda a gestação.
Gestante obesaDeve engordar no máximo 6 quilos nos nove meses. Alguns profissionais preferem substituir o cálculo de IMC pelo plicômetro, aparelho que mede as dobras cutâneas nas gestantes. "Ele é capaz de mostrar a perda e/ou o ganho de massa gorda ou magra. É mais fiel e possibilita um atendimento mais personalizado", acredita a nutricionista Vanderlí.

Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Teste de gravidez.

Será que estou grávida? Uma corridinha à farmácia pode esclarecer a dúvida. Mas você sabe quantos dias precisa esperar para fazer o teste? Esclarecemos todas as questões sobre o assunto.


1. Teste de farmácia

- Quais são os principais tipos de teste de gravidez vendidos na farmácia?
Existem várias marcas, mas os testes de gravidez vendidos em farmácias e drogarias têm o mesmo princípio. O método utilizado nos kits é sempre o da detecção do hormônio gonadotrofina coriônica humana (que tem como sigla HCG) na urina. Esse hormônio só é produzido pelo organismo da mulher quando há gestação. Os testes de farmácia são todos qualitativos, isto é, não medem a quantidade de HCG, que sobe conforme a gravidez avança, apenas apontam sua presença ou não.

- O que devo considerar na hora da compra?
As diversas opções comercializadas são semelhantes na praticidade e na eficácia. Fique atenta à validade do produto e observe se ele está armazenado corretamente no local onde é vendido. É importante que a embalagem esteja lacrada, pois o contato com a umidade e o calor pode alterar as características do teste e afetar o resultado. Pode haver uma variação na sensibilidade de um teste para o outro, mas esse aspecto não vem especificado na embalagem.

- Quanto custa? Vale a pena apostar em uma marca mais cara?
Em média, os preços variam de R$ 10 a R$ 40. Apostar em uma marca mais cara não é garantia de maior eficiência. Alguns testes simplesmente têm um custo menor para o fabricante e podem ser vendidos mais baratos sem que isso comprometa sua qualidade.

- É preciso esperar o atraso na menstruação? Quanto tempo?
Sim, pelo menos um dia, mas o ideal é aguardar de uma a duas semanas para que o resultado seja mais preciso.

- Quanto tempo depois da relação sexual o teste de gravidez é capaz de acusar uma gestação?
O parâmetro não deve ser a data da relação sexual, já que, nesse dia, a mulher pode nem estar ovulando. Deve-se considerar sempre o atraso da menstruação. Mas, se você tem o ciclo regular, é provável que ovule por volta do 14º ou 15º dia do ciclo. Se tiver relações nessa época, terá de aguardar pelo menos mais duas semanas e um dia para verificar o atraso menstrual e realizar o teste.

- Como devo proceder na hora de realizar o teste de gravidez?
O mais importante é ler, com atenção, a bula antes de realizar o teste e seguir à risca suas instruções. As bulas costumam ser bem explicativas, com texto claro e ilustrações que mostram o passo a passo. Os kits, normalmente, têm um pequeno recipiente para colocar a urina, com uma linha demarcando o nível em que deve ficar o líquido. Depois, é só mergulhar a fita do teste no copinho e aguardar o tempo recomendado pelo fabricante. Não espere nem mais nem menos tempo. Por exemplo, se a orientação for cinco minutos, não deixe a fita mergulhada por cinco minutos e meio. Providencie antes um relógio que marque segundos, assim você não corre o risco de se enganar.

- Quais os erros mais comuns que podem comprometer o resultado?
O primeiro erro é não esperar o atraso da menstruação para fazer o teste. Se você tiver uma relação sexual em que ache que ficou grávida e realizar o teste três ou quatro dias depois, o resultado será negativo de qualquer modo. Outro erro comum é não seguir à risca as instruções da bula, o que pode levar a um resultado equivocado.

- Existe um melhor horário do dia para se submeter ao teste?
Algumas marcas pedem que o teste seja feito com a primeira urina do dia, já que, após uma noite inteira sem ir ao banheiro, o hormônio HCG (se houver) estará mais concentrado e fácil de ser detectado. Embora nem todo produto faça essa exigência, se você realizar o teste com a urina da manhã, poderá ficar mais segura quanto ao resultado.

- Qual a porcentagem de precisão?
A precisão varia de 95 a 99%, dependendo do produto e segundo os fabricantes.

- É possível que o método acuse um resultado falso-positivo?
É difícil, mas não é impossível. Isso pode acontecer se houver alteração do kit devido a mau acondicionamento, validade vencida ou se a realização do exame ocorrer de maneira errada. Há também algumas situações médicas raras em que o organismo da mulher pode produzir HCG sem que exista gravidez. Também existe a possibilidade de haver uma gravidez, mas, entre a realização do primeiro teste e de um segundo para confirmação, ocorrer um aborto espontâneo, o que daria a impressão de um falso-positivo.

- E falso-negativo? Quando isso acontece?
Sim, falsos-negativos podem acontecer. A maioria dos produtos pode indicar a gravidez a partir do primeiro dia de atraso menstrual. Porém há algumas grávidas que apresentam pouca concentração de HCG na urina nos primeiros dias de gravidez. Por isso, realizar o teste precocemente pode levar a um falso-negativo. O ideal é aguardar uma ou duas semanas de atraso para fazer o teste. Sem contar que algumas mulheres têm os ciclos muito desregulados e, nesses casos, nem há como precisar a data em que a menstruação deveria vir.

- A compra requer a prescrição médica?
Não. Basta escolher um kit e comprar.

- Vale a pena repetir o teste? Quantas vezes e em que casos?
Se o primeiro teste deu negativo e sua menstruação não desce, você pode repetir o procedimento. Porém aguarde pelo menos mais uma semana. Se novamente o resultado der negativo, procure seu ginecologista para fazer um exame de sangue, que é mais sensível e preciso. Caso não esteja mesmo grávida, ele irá pesquisar a causa da ausência de menstruação.

- Como se faz a leitura do resultado?
A fita que você mergulha na urina é toda branca. Após os minutos de espera especificados na bula, você deve fazer a leitura do resultado. Se aparecer apenas uma linha colorida na fita, o resultado é negativo. Surgindo duas linhas, é positivo. Caso não apareça nenhuma linha, significa que o teste falhou e você deve comprar outro kit e repetir o procedimento.

- Como garantir que ele foi realizado corretamente?
A linha colorida que surge na fita é a garantia de que o teste foi realizado corretamente. Ela fica numa área da fita que serve para controlar a reação química. Se não surgir nenhuma linha, o teste foi falho.

- Em caso de resultado positivo, o que fazer?
Marque uma consulta com seu ginecologista para iniciar o pré-natal.

- Medicamentos de uso contínuo, de venda livre ou contraceptivos podem alterar o resultado?
Não. Apenas mulheres que se encontram em tratamento para engravidar, sob a supervisão de um especialista, em reprodução assistida, podem ter um resultado falso-positivo. Isso acontece porque algumas pacientes recebem HCG injetável como parte do tratamento.

- Se a mulher tomou a pílula do dia seguinte, isso pode interferir no resultado?
Não, pois o hormônio existente no contraceptivo de emergência não interfere no resultado.


2. Exame de sangue

- Para se submeter ao exame de sangue, é necessária uma prescrição médica?
Geralmente, sim, embora alguns laboratórios de análises clínicas aceitem fazer o exame sem o pedido médico. Mas, para a correta avaliação do estado da paciente, é importante que o especialista seja consultado tão logo saia o resultado.

- É preciso agendar no laboratório com antecedência?
Normalmente, não, pois a maioria dos laboratórios não faz agendamento para a coleta de sangue. De todo modo, o ideal é checar por telefone antes.

- Quais os parâmetros avaliados na amostra sanguínea para detectar a gestação?
Existem dois tipos de exame de sangue para gravidez: o qualitativo e o quantitativo. Ambos avaliam uma fração do hormônio HCG no sangue, chamada de Beta (BHCG). Enquanto o resultado do primeiro aponta simplesmente positivo ou negativo, o do segundo informa um valor sobre a quantidade de hormônio encontrada na amostra. Esse valor ajuda o médico a determinar o tempo de gestação, embora apenas com um exame de ultrassonografia ele possa obter, mais precisamente, essa informação.

- Por que o hormônio HCG se altera após a fecundação?
A gonadotrofina coriônica humana (HCG) é um hormônio que, normalmente, não está presente no organismo humano, mas na gestação ele é produzido pela placenta do embrião. Sua função é estimular o ovário a manter a produção de outro hormônio, a progesterona, necessária para a continuidade da gravidez. Com o avanço da gestação, a própria placenta passa a produzir progesterona.

- Qual a porcentagem de acuidade desse teste?
A precisão é de cerca de 99%.

- Que informações o exame de sangue para detectar gravidez fornece?
O exame de sangue qualitativo para gravidez informa apenas se a mulher está ou não grávida. O quantitativo dá uma noção do tempo de gravidez, mas é vago, pois o período é muito abrangente. Um exemplo: o resultado de 26.000 indica um tempo gestacional entre quatro e 12 semanas. Apenas o médico, de posse de outros exames, consegue definir melhor em que fase a gravidez se encontra. Em alguns casos, como quando há sangramentos, o médico pode solicitar dosagens em série do HCG quantitativo para acompanhar a evolução da gestação.

- Quanto tempo leva para ficar pronto?
Depende do laboratório, mas pode ficar pronto no mesmo dia, poucas horas após a coleta do sangue.

- A mulher pode acessar o resultado ou só o médico?
A paciente pode acessar o resultado, embora isso não seja aconselhável, já que o diagnóstico sempre deve ser feito pelo médico. Existem situações raras em que o hormônio aparece no sangue e não se trata de gravidez, como na presença de alguns tipos de tumores ovarianos. A interpretação correta do exame pelo especialista depende da análise de outros sintomas apresentados pela mulher.


3. Exame pélvico

- O ginecologista consegue saber se a mulher está grávida durante o exame de toque?
Existem alguns sinais que levam o ginecologista a suspeitar de gravidez quando examina a paciente. Na grávida, há alteração na coloração da vulva, no tamanho e no formato do útero e na textura do colo uterino. Além de ajudar a confirmar o diagnóstico, o exame no consultório é importante para detectar gestações tubárias precocemente.

- Que mudanças no corpo da mulher podem ser sinais de gestação?
Além do atraso menstrual, seios aumentados e doloridos, enjoos matinais e vontade de urinar a toda hora são sintomas comuns à maioria das grávidas no início da gestação.

- Em caso de suspeita de gravidez, devo fazer, primeiramente, o teste de farmácia, recorrer ao de sangue ou consultar o médico antes de tudo?
Como o teste de farmácia é acessível e tem um bom índice de acerto, se sua menstruação estiver atrasada alguns dias e você observa outros sintomas, vale a pena comprar um kit e tirar a dúvida. Em caso positivo, marque uma consulta com seu médico, que deve pedir o exame de sangue para a confirmação. Se der negativo, aguarde mais uma ou duas semanas e repita o teste de farmácia. Claro que, se houver algum mal-estar, procure o serviço de saúde diretamente.

Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Especial batizado: Os significados e as providências para o sucesso da cerimônia.

O batizado é muito celebrado pelas famílias do Brasil, o maior país católico do mundo, segundo o IBGE. Mas, você conhece os significados desse ritual? Conversamos com especialistas para desvendá-los.

A importância dos padrinhos  

1. Qual as funções e o papel atribuídos ao padrinho e à madrinha durante o batizado?
Na celebração do batismo, o padrinho e a madrinha se comprometem a acompanhar a criança em seu crescimento na vida cristã. “Podemos traduzir as palavras padrinho e madrinha ‘como pais na fé´”, explica padre Antonio Aparecido Pereira, pároco da Igreja Nossa Senhora das Dores, no bairro da Casa Verde, em São Paulo, e vigário episcopal para as comunicações da Arquidiocese de São Paulo. Padre Antonio, mais conhecido como padre Cido, explica que, no início da cerimônia de batismo, o padre exige dos pais o compromisso de educar o filho ou a filha na fé. E do padrinho e da madrinha exige o compromisso de ajudar o afilhado, com a palavra e com o exemplo, a viver sua vida cristã.

2. O que os padrinhos representam e qual a sua responsabilidade na vida da criança?
Representam o exemplo a ser seguido na fé cristã. Cabe aos padrinhos, tanto quanto possível, acompanhar o afilhado na iniciação cristã, juntamente com os pais. Segundo padre Cido, como os padrinhos têm a responsabilidade de ajudar os pais a educar os filhos na fé, a Igreja adverte aos pais que sejam criteriosos na escolha. “Eles não devem fazer dessa opção uma homenagem a amigos ou, pior, uma forma de visar algum benefício para os filhos ou se deixarem explorar politicamente, fato comum no coronelismo do Nordeste brasileiro.”

3. Quais documentos são necessários para se tornar padrinho?
Apenas o comprovante dos encontros preparatórios, como são chamados, agora, os cursinhos de batismo.

4. Os padrinhos precisam ter sido batizados?
Sim. Devem ser católicos, fiéis aos preceitos da Igreja e terem 16 anos completos ou maturidade suficiente para assumir tal responsabilidade.





5. Pessoas divorciadas podem se tornar madrinhas?
O Diretório do Sacramento na Arquidiocese de São Paulo não toca no assunto. Mas, como cada padre tem liberdade para determinar algumas regras para a cerimônia do batismo, podem existir paróquias pelo Brasil que exigem dos padrinhos o comprovante de casamento na Igreja. Os pais do batizando deve conversar com o padre e perguntar sobre as exigências para a realização do sacramento.

6. Pessoas vinculadas a outras religiões podem ser padrinhos?
Não. Mas podem servir de testemunha cristã do batizando. Caso um dos pais não seja católico, a criança pode ser batizada, desde que a parte não católica assine um documento autorizando o filho a receber o sacramento. “Aqueles que solicitam têm o direito de ser batizados. Todo padre é proibido pela Igreja de se recusar a dar o sacramento do batismo. Ele pode adiar a celebração se perceber que os pais necessitam refletir um pouco mais sobre a decisão de batizar filho”, explica o padre.

7. Os padrinhos devem fazer o curso de batismo ministrado na igreja? Quanto tempo dura o cursinho? Costuma ser agendado para finais de semana? Qual o prazo de validade do certificado desse curso?
Segundo padre Cido, a Igreja está pedindo às comunidades que não se fale mais em curso de batismo, mas em encontros preparatórios. Ele explica que, caso os padrinhos já tenham participado de um encontro preparatório, que conversem com o padre e peçam para ser dispensados. “Entretanto, a participação é um gesto de carinho com o futuro afilhado ou afilhada e os futuros compadres”, acredita o padre. Ele explica que cada paróquia determina a dinâmica dos encontros preparatórios e a validade do certificado. “Na minha paróquia, ele ocorre em uma noite de sábado”, diz Cido.

 8. Que idade a criança precisa ter?
Não há limite de idade.

Bjs à todos,


Raquel  do  Valle