quinta-feira, 30 de junho de 2011

A função das “naninhas”.

Paninhos, bichinhos de pelúcia, brinquedos, cobertores e até travesseiros deixam as crianças mais seguras na hora de dormir. São os chamados objetos transicionais, que os bebês adotam para lidar com a separação da mãe e começar a construir sua identidade.


É hora de dormir. Bebê deitado, fralda colocada, ambiente tranquilo. Depois da historinha, a criança sonolenta parece calma e pronta para pegar no sono. Tudo perfeito, cama quentinha, luzes apagadas e... o bebê começa a chorar – sinal claro de que a noite está apenas começando!

Se essa cena lhe parece familiar, antes de se desesperar, saiba que seu filho pode estar inseguro, com medo de se separar da mãe. E uma das maneiras mais eficazes de lidar com essa fase de transição é dar a ele um amiguinho de pelúcia, um brinquedinho de tecido, um cobertorzinho macio, uma fraldinha de pano ou até um travesseirinho fofinho. São os chamados objetos transicionais.

Qual escolher?
De acordo com a pediatra Ana Escobar, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, antes de dormir, as crianças gostam de ter, por perto, objetos familiares para segurar. “Eles trazem segurança para o nenê”, ressalta a médica.
Os objetos transicionais simbolizam a figura materna para a criança. Há uma inevitável associação com o colo e o aconchego. Paninhos, cobertores e brinquedos de pano costumam fazer sucesso entre os bebês. Alguns meninos podem escolher objetos mais duros, como um travesseiro ou um bichinho de pelúcia.

Para Maria Eugênia Pesaro, psicóloga da USP e membro do Centro de Atendimento e Pesquisas Lugar de Vida – que trata crianças desde a primeira infância até a adolescência –, os objetos transicionais substituem a presença da mãe na mente da criança.
Ela lembra que essa teoria foi criada pelo psicanalista inglês Donald Winnicott e que, segundo o especialista, mais importante do que o objeto é a experiência da criança com ele. “Ele ajuda o bebê na difícil tarefa de construir sua identidade. São os primeiros estágios de uso da ilusão, uma transição que abre caminho para o desenvolvimento da criatividade e da capacidade de brincar”, aponta Maria Eugênia.

Chupeta é objeto transicional
O fenômeno transicional passa a ser perceptível a partir dos 4 meses de idade. Mas, segundo Ana Escobar, do Instituto da Criança, a chupeta cumpre essa função de transição até o bebê completar 1 ano de idade. “A partir do primeiro ano de vida, os objetos transicionais começam a ser mais importantes. Nessa fase, a criança fica insegura porque tem consciência das coisas, mas sem a clareza racional”, analisa a pediatra.

Apesar da importância dos objetos transicionais, os pais devem observar a forma como seus bebês estão usando seu paninho ou brinquedinho. “O ideal é utilizá-los apenas na hora de dormir. É nesse momento que a criança sabe que ficará sozinha e, por isso, sente-se mais insegura”, destaca Ana Escobar.
Muitos pais relatam que a criança perde um pouco do interesse quando os brinquedos são lavados. Isso ocorre porque os bebês também o reconhecem pelo cheiro. No entanto, a opinião dos especialistas é a de que eles devem, sim, ser lavados sempre que necessário por questões de higiene.

Tem idade para retirar
Não convém deixar a criança usar o objeto durante toda a infância. Com 2 anos de idade, a compreensão das situações fica mais clara para o bebê e é um bom momento para começar a retirar os objetos. “Eles perdem o sentido à medida que a criança desenvolve interesses culturais, como jogar, desenhar e fazer algum esporte”, informa Maria Eugênia.

Para a psicóloga, os objetos devem ser encarados como algo saudável, mas seu uso prolongado – após os 2 anos de idade – pode representar uma dificuldade da criança em passar pelo processo de individualização. “Pode haver a fixação da criança pelo brinquedo”, relata a Maria Eugênia. De acordo com ela, porém, isso não deve ser entendido como um vício semelhante ao que os adultos desenvolvem por outras “muletas”. “Não podemos comparar as crianças aos adultos. Podemos, ao contrário, entender o adulto com base em sua infância”, ela esclarece.

Nem todas as crianças adotam um objeto transicional. Segundo a psicóloga da USP, alguns bebês desenvolvem a capacidade de criar e se individualizar sem, necessariamente, fazer uso de um brinquedo: “O fenômeno transicional geralmente está associado a algo sensorial ou perceptível. Mas a escolha é particular de cada criança. Para algumas, basta a figura da mãe”.

Bjs à todas,

Raquel  do  Valle

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Doenças respiratórias exigem atenção no frio.

A temperatura está baixando e traz um problema que você já conhece: o aumento da incidência de doenças respiratórias que podem causar grande desconforto na criançada, principalmente se não forem prevenidas ou tratadas adequadamente. As enfermidades mais comuns dessa época do ano são as rinites e as infecções das vias aéreas superiores, como resfriados comuns, sinusites e faringites.

A rinite alérgica é considerada fator de risco para a asma. Segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (SBAI), 80% dos asmáticos também apresentam rinite alérgica que, se não for tratada da forma adequada, pode agravar as crises de asma. Com a queda da temperatura, os sintomas se tornam mais importantes e, comumente, se manifestam como congestão nasal, coriza, espirros e coceira, além de causar irritações frequentes no nariz, garganta e olhos.

As infecções das vias aéreas superiores, por sua vez, quase sempre são de origem viral e podem se manifestar como um simples resfriado, evoluindo até quadros mais graves, como a pneumonia bacteriana, que rapidamente pode progredir para uma obstrução das vias aéreas, dificultando a respiração.

De acordo com a chefe da Disciplina de Otorrinolaringologia Pediátrica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Shirley Pignatari, “cuidados com a alimentação, hidratação e tratamento preventivo e adequado, tanto das infecções respiratórias quanto das rinites alérgicas, podem reduzir a gravidade dos sintomas e diminuir a duração da doença, evitando complicações”. A especialista ressalta ainda a importância do acompanhamento médico para prevenir, tratar e ter um melhor controle dessas enfermidades. “Doenças simples também complicam”, finaliza.

Bjs à todos,


Raquel  do  Valle

sábado, 25 de junho de 2011

Momento de ir à escola.

Especialistas defendem a idade de 3 anos como o momento ideal para ingressar no espaço escolar, mas essa decisão depende das possibilidades e das necessidades de cada família.

Antes mesmo de um bebê nascer, muitas escolhas são feitas por ele. O nome, talvez, seja o primeiro item da lista interminável de planos que os pais têm para seus filhos. O que os adultos querem é garantir o bem-estar aos pequenos. Para isso, consomem informações de todos os tipos sobre a primeira infância.

A medicina prega, por exemplo, que diferentes estímulos, desde a mais tenra idade, são fundamentais para que o cérebro humano se desenvolva em todo o seu potencial. A economia contribui com recentes pesquisas. Uma delas diz que crianças que frequentam creches (até 3 anos) e pré-escolas (de 4 a 5 anos) apresentam, na vida adulta, renda mais alta, além de probabilidades mais baixas de prisão, de gravidez precoce e de depender de programas de transferência de rendas do estado.
Na política, a Proposta de Emenda à Constituição, aprovada pelo Senado Federal no fim de 2009, determina que será obrigatória a entrada na pré-escola aos 4 anos. O prazo para as redes de ensino programarem a mudança é 2016.

Nesse contexto, a escola ganha terreno. “Apesar dos estigmas que ainda pesam sobre a creche, decorrentes de sua origem e de seu histórico assistencialista, esse espaço educacional tem se tornado, gradativamente, um serviço imprescindível para o crescimento e o desenvolvimento infantil, incorporado no imaginário social, com o qual as famílias contam, e precisam contar, para compartilhar o cuidado e a educação das crianças”, explica a professora Damaris Maranhão, da Universidade de Santo Amaro, em São Paulo.

Mesmo assim, as famílias ainda têm dúvidas em relação à idade correta de inserção no meio escolar. Especialistas da área acreditam que o momento adequado é com 3 anos, mas que ele está relacionado com as possibilidades e necessidades de cada grupo familiar. Para Beatriz Ferraz, assistente de direção e coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo, não existe um saber direcionado aos pequenos, até essa idade, que só a escola detenha. “O que pesa na decisão dos pais são as oportunidades que seus filhos terão em casa ou na escola”, conta. “Pode ser brincar com outras crianças ou estar com pessoas que os compreendem e que são formadas para saber quais as experiências mais ricas para serem vividas nessa etapa da vida.”

No comecinho da vida
A partir do 3º mês, o bebê começa a se adaptar ao meio extrauterino. Por isso, é importante que ele fique em casa até o 4º ou 5º mês, que é quando começa a ter o ciclo de sono mais estabelecido e também porque é o tempo necessário para que ele receba as primeiras vacinas. “Além disso, ao lado da mãe, ele terá a possibilidade de estreitar seu vínculo e ter garantido o aleitamento materno”, ressalta Damaris. Com 7 meses, o pequeno passa a reconhecer as pessoas especiais de sua vida e, por isso, estranhará outros rostos, novos ambientes e diferentes vozes. Nesse momento, se ele for para a escola, dará naturalmente mais de trabalho. Também é preciso considerar que, por causa das grandes transformações pelas quais está passando, é possível que adoeça. Somando-se a isso a entrada em um ambiente coletivo, como é a escola, o risco aumenta.
Dentro ou fora de uma instituição escolar, cada um tem o próprio ritmo de desenvolvimento e é importante que esse aspecto seja respeitado. As funções básicas, como dormir, se alimentar, se locomover e se relacionar, variam de um para outro. Nesse caso, é fundamental não comparar o desenvolvimento entre pares.

Também há uma série de desafios e conquistas bastante específicos. “Algumas crianças desenvolvem primeiro a fala, enquanto outras têm mais destreza nos saltos e nas corridas”, afirma André Trindade, psicólogo e psicomotrocista do Núcleo do Movimento, em São Paulo. “Por isso, é um risco quando a escola tem horário para tudo, na rotina – alimentação, sono, aula de movimento etc.” Outro ponto importante é o estabelecimento de vínculo, nessa fase “seja com a avó, a babá ou qualquer pessoa de confiança”, pontua André. No caso da escola, é mais importante ter um educador que sirva de referência para a criança, do que ter uma variedade de especialistas. “As boas creches valorizam esse aspecto e são ótimas opções para os pais.”

Quando o pequeno chega ao seu 3º ano de vida, ele é capaz de abrir mão de seus ritmos próprios para comungar com ritmos sociais. Ele está pronto para se sociabilizar e, portanto, no ponto de ir para a escola (caso ainda não tenha ido). “O que a criança recebe em casa até os 3 anos é o suficiente para ela se constituir, primeiro, como uma unidade”, defende Denise Argolo Estill, psicóloga, psicopedagoga e membro efetivo do Entre Laços – Núcleo de Atenção à Primeira Infância, em São Paulo. Nessa fase, ela também está pronta para inúmeras experimentações, com diferentes materiais, em variadas linguagens. “Ela só recebe esse estímulo maior na Educação Infantil, que é bastante especializada no assunto.”

O que é fundamental
Beatriz conta que, das pesquisas que compararam grupos de crianças que foram mais cedo para escola com outras que ingressaram mais tarde, a variável que mais pesou foi a qualidade do espaço e da proposta da instituição. “Em termos de desenvolvimento cognitivo ou mesmo de socialização, os resultados mostram que não há como determinar o que é melhor. Se elas têm boas experiências na convivência familiar, podem se desenvolver tão bem quanto as que entraram cedo na escola”, explica. “Por outro lado, se elas têm um contexto empobrecido na família, talvez porque os pais trabalham e elas ficam com pessoas que não conseguem dedicar qualidade de tempo para experiências ricas e diversas, terão o desenvolvimento mais restrito, tal como as que foram para instituições de menos qualidade.”

Por isso, em casa ou na escola, até os 3 anos, é importante que as crianças tenham alguns quesitos garantidos, como horário de sono, alimentação saudável e variada, momentos de brincadeira e incentivo à vocalização. “Além disso, o cuidador deve observar a postura do bebê, para saber se ele tem força para engatinhar, rolar, andar, e o olhar, o que dá pistas do nível de interação dele com o mundo”, acrescenta Denise.

Para os pais de crianças que já estão na escola, é importante saber que a instituição escolar não dá conta, plenamente, das necessidades dos pequenos. Por isso, é necessário que a família ofereça a contrapartida em casa. A função da Educação Infantil é compartilhar com os pais a educação. Muitas das coisas que se aprendem em casa são reforçadas na escola, e vice-versa. Sempre, é lógico, levando em conta o contexto de instituição educativa de caráter coletivo. Exemplo: comer em casa com o pai e a mãe é diferente de comer na escola com os colegas.

Procurando uma boa escola?
Para as mães que não têm como opção manter seus filhos em casa até o 3 anos ou só podem ficar com o bebê até o vencimento da licença-maternidade, uma opção é, sim, procurar uma boa escola de Educação Infantil. Para isso, preste atenção em algumas características que a instituição apresentar:

- Diversos espaços
Conheça todos os espaços nos quais as crianças circulam. Nessa etapa da vida, é importante que os pequenos não fiquem restritos a uma sala. É necessário ter, também, um lugar onde eles tomam sol, um espaço de contato com a natureza e um ambiente amplo, com desafios para a locomoção e as conquistas motoras. Além disso, é imprescindível grande diversidade de brinquedos, que favoreçam a vivência de diferentes experiências ricas para esses momentos, como os equipamentos grandes de subir e descer, empurrar, deitar e rolar; os menores, de exploração de sons, texturas e cores; os brinquedos que permitem a interação, ou seja, que convidem a brincar com outra criança; e os que reúnam o grupo para se divertir junto.

- Práticas saudáveis
Logo no início da relação com a escola, é importante que a mãe possa entrar no espaço escolar para fazer a adaptação da criança, de maneira gradativa. Regras de higiene também são essenciais. Observe se o local de troca das crianças tem pia por perto, se os berços estão afastados por, pelo menos, 50 centímetros de distância, uns dos outros e se existe um local para acondicionamento exclusivo de mamadeiras. Por questões de identidade, cada bebê deve ter o próprio berço, com seu cheiro, seus brinquedos e sua roupa de cama. Atente para a segurança e para a adequação do espaço. As louças dos banheiros devem estar à altura dos pequenos.

- Atenção aos menores
Na sala dos bebês, o teto e o chão são referências importantes, pois eles estão tentando se rastejar ou engatinhar, ficam bastante tempo deitados de bruços ou de costas, olhando para o teto. As paredes são igualmente importantes e devem revelar elementos de seu interesse. Ilustrações e fotos com crianças, textos de canções e parlendas são bem-vindos.

- Rotina adequada
Pergunte aos educadores sobre o cotidiano. O que as crianças fazem ao longo do dia? Os momentos de cuidado devem estar intercalados com as experiências de exploração do meio e da relação com o outro. É preciso cuidar da falta ou do excesso de atividades para que haja equilíbrio. Também é importante evitar rotinas em que todas as atividades se concentrrm pela manhã e, à tarde, os pequenos apenas durmam. Nessa fase, os ritmos são diversos. Há crianças que tiram uma soneca maior de manhã e outras à tarde. A rotina precisa ser flexível e valorizar a diversidade.

- Proposta pedagógica
Verifique a formação dos profissionais. Na sala dos pequenos, não deve haver um especialista que cuida e outro que ensina, pois professor é aquele que cuida educando e educa cuidando. No caso de um grupo de alunos maior, é essencial ter a figura do professor-referência, garantindo que o bebê construa, com ele, um vínculo mais pessoal e de confiança, sentindo-se tranquilo e seguro no espaço escolar. Inteirar-se da proposta pedagógica e do currículo da instituição também é importante. Será que a escola valoriza o mesmo que você? Entenda o que a escola pensa sobre autonomia, liberdade, autoria e criatividade infantil. Por fim, pergunte sobre a participação dos pais, os espaços de parceria, como é feito o acompanhamento das crianças e como isso é comunicado à família.

Bjs à todos,

Raquel  do  Valle

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Você sabe quando está ovulando?

Durante o período fértil, o corpo dá sinais específicos de que a mulher está pronta para engravidar. Aprenda a identificá-los.



Da primeira menstruação à chegada da menopausa, o organismo feminino passa centenas de vezes por uma repetição mensal chamada de ciclo menstrual. Mas, durante cada um desses períodos de 28 ou 30 dias, apenas por cerca de 36 horas (ou menos!) existe a chance de conceber um filho. Portanto, para quem deseja engravidar, saber precisamente o dia da ovulação pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. E, mesmo que a mulher não esteja planejando uma gravidez, é interessantíssimo identificar os dias em que se encontra fértil. Sim, porque é nesse estágio do ciclo menstrual que ela atinge o ápice da feminilidade e seus atributos de sedução ficam em maior evidência. Quem não gostaria de tirar proveito desse momento de glória pessoal? “É quando a mulher fica mais atraente, sua pele se torna mais úmida e ela ganha um brilho diferente no olhar”, diz o ginecologista e obstetra José Bento de Souza, de São Paulo. Com um pouco de auto-observação ou com a ajuda de exames específicos, é possível identificar os sinais que o corpo dá no período em que você está fértil. Antes de descobrir quais são os indícios da ovulação, porém, é importante entender o que acontece durante o ciclo menstrual.

Um mês, várias fases
O primeiro dia do ciclo é aquele em que a menstruação vem. Toda mulher deve ficar atenta e anotar essa data, pois é a partir dela que se calcula não apenas a chegada da próxima menstruação como também os dias de maior chance de engravidar. “No início do ciclo, a glândula hipófise, localizada no cérebro, secreta o FSH, um hormônio que age no ovário, fazendo com que ele produza outro hormônio, o estrogênio, que estimula a maturação do óvulo”, explica João Leandro Costa de Matos, coordenador de ginecologia e obstetrícia do Hospital Balbino, no Rio de Janeiro. O estrogênio começa a preparar a vagina e o útero para receber os espermatozoides, que poderão fecundar o óvulo. Com o fim do período menstrual, a secreção vaginal fica cada dia mais hospitaleira, enquanto a mulher se torna mais comunicativa, bem-humorada e sedutora. Por volta da metade do ciclo – geralmente entre o 12º e o 16º dia depois da data em que a menstruação desceu –, a hipófise libera uma dose maior de LH, um hormônio que está sempre circulando na corrente sanguínea, mas que tem seu ápice nesse momento. Sua função é provocar a liberação do óvulo maduro, que é lançado para a trompa. Essa é a fase chamada de ovulação. Durante um período de 12 a 36 horas, no máximo, o óvulo sobrevive, esperando ser fecundado. Se isso não acontecer, ele morre, e o corpo da mulher passa a ser comandado pelo hormônio progesterona, que reduz a libido e torna o ambiente vaginal e uterino inóspito aos espermatozoides. Então, na segunda metade do ciclo menstrual, a mulher fica mais introspectiva e, muitas vezes, surge a famosa TPM, até que a próxima menstruação chegue e tudo recomece.

Os sinais da ovulação
Saiba agora como reconhecer quando você entra no período fértil:

- Dor pélvica
Não é todo mundo que sente, mas há mulheres que notam algumas pontadas na região pélvica, quando estão ovulando. Esse desconforto ocorre porque, para ser liberado do ovário, o óvulo precisa romper uma estrutura que o envolve, chamada de folículo, o que pode ser um pouco dolorido. Embora esse sintoma nem sempre seja perceptível, vale a pena prestar atenção, caso você sinta um incômodo no baixo ventre, na metade do ciclo. Pode ser, sim, a tão esperada ovulação!

- Temperatura em alta
“Quando ocorre o pico de LH, o hormônio que estimula a ovulação, a temperatura basal da mulher sobe um pouco, cerca de meio grau”, esclarece o médico José Bento de Souza. Para acompanhar essa oscilação, é necessário ter um termômetro à cabeceira da cama desde o primeiro dia do ciclo menstrual. Todas as manhãs, antes de se levantar, meça sua temperatura, posicionando o termômetro sob a língua. “Medir na axila é desaconselhável porque há variações, especialmente se a pessoa dormiu muito agasalhada. Também é fundamental fazer o procedimento antes de escovar os dentes ou comer, o que também altera a temperatura da boca”, completa Souza. Anote em um papel o resultado, dia a dia. Quando o termômetro marcar um valor um pouco mais alto, possivelmente você estará no período fértil e será a hora de tentar encomendar um herdeiro. Mas lembre-se de que não se trata de um método totalmente confiável, já que outros fatores, como uma virose e alterações emocionais, também podem fazer sua temperatura subir.

- Secreção diferenciada
Quando não se está menstruada, é comum perceber um muco que sai da vagina. Essa secreção é normal e sofre algumas modificações ao longo do ciclo menstrual. A chegada do período fértil pode ser observada pela mulher que fica atenta a essas mudanças. “A ovulação aumenta a quantidade desse muco e o torna mais elástico, semelhante à clara de ovo”, compara o ginecologista João Leandro Costa de Matos. Tudo isso tem um propósito: facilitar a chegada dos espermatozoides ao óvulo. Assim que passa o período fértil, o muco diminui e se torna mais espesso. Esse é um sinal de que a oportunidade de engravidar provavelmente já passou. Pelo menos desta vez...

- Muito mais desejo
Durante a ovulação, todo o corpo feminino está voltado para conseguir êxito na reprodução. E isso, lógico, faz com que a mulher sinta mais vontade de transar. “O aumento do desejo vem acompanhado de uma produção de feromônios”, diz Matos. Feromônios são substâncias secretadas pelo corpo que têm a capacidade de excitar sexualmente os homens por meio do olfato. Se os odores corporais da mulher se acentuam na época fértil para atrair parceiros, a sua percepção de cheiros também fica aguçada. Por isso, se além de a libido estar tinindo, seu nariz parecer mais sensível em determinado dia, há chances de ser um sinal de máxima fertilidade!

- Teste em casa
Digamos que você observe todos os sinais que listamos, mas ainda assim pretenda saber, com mais precisão, se está realmente ovulando. Para esse caso, existe um teste comprado em farmácia, que custa aproximadamente 40 reais e é tão fácil de usar quanto o outro utilizado para saber se está ou não grávida. O teste de fertilidade também é feito com uma amostra de urina. A diferença é que ele deve ser repetido por cinco dias, todas as manhãs. Há várias marcas disponíveis no mercado, mas o princípio é o mesmo. Mergulha-se uma das cinco fitas do kit na urina. Aí, basta aguardar alguns minutos. Se surgir uma linha de cor tão ou mais intensa do que a linha de controle já presente na tira, significa que o nível do hormônio LH aumentou no organismo. Bingo! É sinal de que a ovulação está prestes a acontecer e você tem até 36 horas para tentar engravidar.

- Teste no consultório
Existe um recurso ainda mais preciso do que o teste de farmácia para acompanhar a ovulação. Ele é geralmente indicado para mulheres que estão tentando engravidar há, pelo menos, um ano e meio sem sucesso. “Trata-se de um controle ultrassonográfico, realizado a cada dois dias, a partir do nono dia do ciclo menstrual. Assim, o médico vai medindo o tamanho do folículo e consegue saber quando o óvulo será liberado”, afirma José Bento de Souza. Ficou interessada? Então, converse com o seu ginecologista sobre essa alternativa e boa sorte!
 
Bjs à todos,
Raquel  do  Valle