quarta-feira, 13 de julho de 2011

Problemas de crescimento.

O que fazer quando seu filho cresce menos do que outras crianças?


Essa é uma preocupação comum dos pais, especialmente quando os filhos ingressam na escola e as comparações com os coleguinhas se tornam inevitáveis. A situação se agrava quando só ele não pode brincar em atrações de parque de diversões por causa da baixa estatura. O que fazer? Quando a altura deve ser motivo de preocupação? A resposta para essas e outras perguntas você confere aqui.

Como é o crescimento de uma criança?
Pelo gráfico de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma criança dobra de tamanho até os 4 anos e depois ainda cresce mais 15 centímetros, aproximadamente, nos dois anos seguintes. Segundo dados da OMS, a média de estatura em relação à idade de meninos segue estas medidas: 50 centímetros ao nascer, 76 centímetros com 1 ano, 86 com 2 anos, 96 com 3 anos, 104 com 4 anos, 110 com 5 anos e 116 com 6 anos. No caso das meninas, a média de altura é ligeiramente inferior: 49 centímetros ao nascer, 74 com 1 ano, 86 com 2 anos, 95 com 3 anos, 103 com 4 anos, 109 com 5 anos e 115 com 6 anos. É claro que essa é só uma referência estabelecida com alturas médias, usada por pediatras, justamente, para avaliar a curva de crescimento. Além disso, existem outros gráficos de que os especialistas lançam mão. Ou seja, crianças um pouco mais altas ou um pouco mais baixas apresentam um desenvolvimento igualmente saudável.

O que determina a taxa de crescimento de uma criança?
São vários fatores. E os que mais pesam nessa hora são a alimentação, a presença ou não de doenças e, principalmente, a herança genética. Com saúde e boas condições de vida, filhos de pais altos tendem a apresentar maior estatura enquanto filhos de pais mais baixos costumam crescer menos. O principal responsável pelo aumento de tamanho de uma pessoa é justamente um agente orgânico chamado hormônio do crescimento (GH), fabricado pela hipófise, uma glândula localizada em uma cavidade, na base do cérebro. Esse hormônio é produzido em quantidades cavalares durante o sono (por isso os bebês dormem tanto) e, nas células, ele interage com material genético para fabricar os tijolos dos corpos, mais conhecidos como proteínas. O esqueleto é decisivo para o aumento da estatura. Para crescer, ele depende da chamada placa de crescimento, que é uma cartilagem capaz de se transformar em osso depois da ação hormonal. Portanto, vale frisar que dormir bem na infância é primordial.

Quando o crescimento deve ser motivo de preocupação?
O crescimento de uma criança deve ser foco permanente de atenção dos pais. Por isso, é importante levá-la com regularidade a um pediatra, de preferência, sempre o mesmo. O médico é quem vai avaliar o desenvolvimento do seu filho. Para isso, ele dispõe de uma ferramenta eficiente: o gráfico com a curva de crescimento. Se o profissional identifica uma queda da criança em relação à curva, será preciso investigar o que está acontecendo. Crianças que nascem pequenas—cerca de 15 a 20% da população de recém-nascidos-- também precisam de acompanhamento mais rigoroso.

O que pode provocar a queda no padrão de crescimento?
As causas mais comuns são doenças crônicas, atrasos na constituição corporal, hereditariedade, síndromes genéticas e, em casos mais raros, problemas endócrinos. Entre os males crônicos que podem afetar o crescimento estão doenças renais, pulmonares, hepáticas, infecção urinária, anemia e alergia a glúten (doença celíaca). O déficit no desenvolvimento acontece porque o corpo usa parte da energia necessária para se desenvolver no combate às doenças. Crianças com baixa velocidade de crescimento também podem apresentar idade óssea atrasada, o que significa que o esqueleto simplesmente demora mais para se desenvolver. Nesse caso, em geral, a criança atinge uma estatura normal na fase adulta. A família, como se sabe, também tem um papel importante na baixa estatura de uma criança, mas isso não é motivo para deixar a investigação de lado. Muitas vezes, os pais são baixos porque não trataram problemas associados ao declínio do crescimento durante a infância. Entre as síndromes mais comuns que afetam o crescimento estão a de Down e a de Turner, determinadas por alterações genéticas, além da acondroplasia (forma mais comum de nanismo). Finalmente, há os problemas endócrinos, como hipotireoidismo, em que a glândula tireóide não produz seus hormônios a contento. E são justamente essas substâncias que ajudam na liberação do GH e atuam na placa de crescimento.

Como se trata problemas de crescimento?
É preciso agir na causa do problema. Se a responsável pelo declínio for uma doença crônica – o que acontece na maioria dos casos –, será preciso tratá-la. Em algumas situações, como nos casos de síndromes genéticas e hereditariedade, não há o que fazer, a criança terá de conviver com sua baixa estatura. Apenas em uma pequena parcela dos casos o tratamento é feito com hormônio do crescimento, devido a disfunções em sua produção natural. Mas, atenção, usá-lo de maneira indiscriminada é um erro.

Quem trata problemas de crescimento em crianças?
O próprio pediatra, se a causa for alguma doença crônica, ou um endocrinologista infantil. 

Bjs à todas,


Raquel  do  Valle

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