terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pressão alta na gravidez .

Primeira causa de morte materna no país, o problema acaba de virar alvo de discussão no VI Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia. O site do Bebê esteve presente e alerta as gestantes sobre as estratégias de prevenção e tratamento, seguem as dicas:






Para que não haja confusão, primeiramente é necessário distinguir a doença hipertensiva específica da gestação do problema crônico, que acomete o indivíduo em qualquer fase da vida. Trata-se de um quadro bastante peculiar, cujas causas ainda não foram completamente elucidadas pela ciência, embora os especialistas suspeitem de que alterações na placenta estejam por trás da disfunção. A complicação, mais conhecida como pré-eclâmpsia e que afeta cerca de 5% a 10% das mulheres grávidas, costuma dar as caras a partir da 20ª semana de gestação. Quando a pressão sobe antes disso, provavelmente se trata de um quadro hipertensivo crônico, com características diferentes da enfermidade relacionada à gravidez. De acordo com Marcelo Zugaib, professor titular de ginecologia e obstetrícia da Universidade de São Paulo, a má notícia é confirmada quando a pressão nas alturas, igual ou superior a 16 por 10, vem acompanhada de inchaço generalizado-- normalmente mais evidente nas mãos, no rosto e no aumento de peso—e de proteinúria, perda excessiva de proteínas, detectada por meio da análise de uma amostra de urina. “Distúrbios cerebrais ou visuais, edema pulmonar, disfunção hepática, restrição do crescimento do feto e redução de plaquetas, as células sanguíneas responsáveis pela coagulação, também podem ocorrer na presença da doença”, afirma Zugaib. Todo esse critério diagnóstico é importante não só para diferenciar a hipertensão comum da pré-eclâmpsia como para determinar a abordagem terapêutica, que varia de acordo com a gravidade da situação. As intervenções são fundamentais para prevenir um parto prematuro e o quadro de eclampsia propriamente dito, que induz crises convulsivas, representando um alto risco de morte para a mãe e para a criança.

Alto risco, atenção redobrada
Embora seja impossível prever se uma mulher irá desenvolver pré-eclâmpsia na segunda metade da gravidez, alguns fatores dão pistas de que ela apresenta uma maior probabilidade. E mensurar esse risco é importante para se antecipar ao problema e investir em estratégias preventivas. “Histórico familiar de pré-eclâmpsia ou ocorrência da disfunção em gestação anterior, reprodução assistida, gravidez de gêmeos, obesidade, idade superior a 40 anos, resistência à insulina, diabete, hipertensão, artrite reumatoide, lúpus, doença vascular ou renal e pressão diastólica—a mínima—acima de 8, no primeiro trimestre de gravidez, acendem o sinal amarelo para o distúrbio”, enumera a obstetra Rossana Pulcineli , da Universidade de São Paulo. Nesses casos, segundo ela, é prudente reduzir o sal na dieta. Isso porque ele é rico em sódio que, por sua vez, promove a retenção de líquido no corpo. E quanto maior o volume circulando nas artérias, maior a pressão exercida ali.

Os estágios da pré-eclâmpsia
Uma vez diagnosticada a doença e determinada a sua gravidade, o obstetra definirá a conduta terapêutica mais adequada. Casos de agravamento do quadro, classificados como HELLP síndrome ou iminência de eclâmpsia, requerem acompanhamento mais rigoroso, com exames e monitoramento do feto mais frequentes. Essa avaliação periódica é fundamental para detectar casos de urgência, que necessitam de internação da paciente, e para adiar, o máximo possível, o momento do parto, sempre considerando os danos promovidos pela doença ao feto e à gestante e os riscos de um parto prematuro. Enquanto nas manifestações mais leves a gravidez pode durar o tempo natural de até 40 semanas, nos episódios mais severos pode ser necessário realizar o parto na 37ª ou até na 34ª semana. Tudo dependerá da vitalidade do bebê e da saúde da mãe.

O tratamento
Além do controle periódico da pressão, do monitoramento de eventuais complicações maternas, e da vigilância do bem-estar fetal, é importante rever os exames já realizados e submeter a paciente a avaliações clínicas e nutricionais periódicas. “Costumamos recomendar um cardápio pobre em sal, repouso e sedação, com medicamentos da classe dos benzodiazepínicos ou dos neurolépticos, que diminuem a pressão arterial”, explica Rossana.
Segundo a médica, se a mínima continuar igual ou superior a 10, é preciso introduzir um remédio hipotensor, com a expectativa de que haja de 20% a 30% de redução. Quando o tratamento não surte o efeito desejado, ainda existe a possibilidade de tentar outras duas combinações medicamentosas, com princípios ativos que não atravessam a placenta, não promovem malformações e interferem pouco no crescimento fetal.



Bjs à todos,


Raquel  do  Valle

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